Pesquisadores de cardiologia do Chestnut Hill Hospital da Filadélfia, Estados Unidos, realizaram um estudo clínico com 187 pacientes com níveis elevados de colesterol total e LDL-colesterol. Os pacientes foram divididos em grupos e testados durante doze semanas. Um grupo foi submetido ao típico tratamento da medicina convencional - incluindo medicamentos de prescrição de rotina - estatinas. Outro grupo recebeu 1.800 miligramas de levedura de arroz vermelho, e a outro grupo foi dada levedura de arroz vermelho com 900 miligramas de fitosteróis, além de mudanças no estilo de vida. Antes e depois das 12 semanas, os pesquisadores realizaram testes de colesterol e descobriram que a levedura de arroz vermelho reduziu os níveis de triglicérides nos pacientes em 24%, o colesterol total em 16%, o LDL-Colesterol ('colesterol ruim') em 21%, e houve um aumento de HDL-colesterol (colesterol bom') em 14%. Em comparação com o grupo que recebeu a tratamento com estatinas, o grupo da levedura de arroz vermelho e que aderiu às mudanças de estilo de vida, tinham níveis 51 mg/dL mais baixos de LDL-Colesterol ('colesterol ruim') em comparação com 42 mg/dL do grupo de terapia com estatinas. O grupo das estatinas tinham duas vezes mais probabilidade de redução dos níveis de LDL-Colesterol para menos de 100 mg / dL - considerada a demarcação entre os níveis saudáveis e não saudáveis. Os pesquisadores então acompanharam os pacientes ao longo de um ano de tratamento. O grupo que manteve o consumo de levedura de arroz vermelho, em conjunto com as alterações no estilo de vida, perdeu uma média de cinco libras de peso corporal (+-2,27Kg), enquanto o grupo de terapia típica com estatinas, perdeu uma média de menos de 1 libra de peso corporal (+-453 gramas) no decorrer de um ano. Esta pesquisa confirma outro estudo feito com 446 pacientes com colesterol alto. Após oito semanas de tratamento com levedura de arroz vermelho, os níveis de LDL-Colesterol ('colesterol ruim') foram reduzidos em 31%, os triglicerídeos caíram 34% e o HDL-Colesterol ('Colesterol bom') subiu 20%.
LEVEDURA DE ARROZ VERMELHO
É um alimento tradicional que tem suas raízes na antiga medicina chinesa. A levedura de arroz vermelho é produzida através da fermentação da levedura Monascus purpureus combinada com o arroz vermelho. Curandeiros tradicionais chineses usavam o arroz vermelho fermentado para melhorar as condições digestivas, juntamente com o estímulo da circulação sanguínea por todo o organismo. Curiosamente, a levedura de arroz vermelho também contém - entre outros constituintes - fitoquímicos chamado monacolinas - cuja estrutura molecular é semelhante à molécula utilizada em medicamentos de estatina. O fitoquímico é chamado monacolina K, e é semelhante à droga lovastatina (Mevacor). A diferença é que a levedura de arroz vermelho - como outros produtos naturais - contém várias monacolinas juntamente com uma variedade de outros componentes naturais que servem para atenuar os efeitos colaterias. Os efeitos colaterais da levedura de arroz vermelho geralmente não são tão graves como os efeitos colaterais das estatinas. Este fato foi confirmado em dois ensaios clínicos que testaram pacientes que não toleravam o tratamento com estatinas. Estes pacientes se sentiram muito bem com a terapia de levedura de arroz vermelho, e tiveram consideráveis reduções nos níveis de LDL ('colesterol ruim') e triglicérides. Ambos, estatinas e levedura de arroz vermelho podem produzir dores de cabeça, azia, gases, inchaço, dores musculares e tonturas. Além destes, as estatinas podem causar pruridos, insônias, diarreia e náuseas.
Referências:
BECKER, D.J. et al. Phytosterols, red yeast rice, and lifestyle changes instead of statins: a randomized, double-blinded, placebo-controlled trial. Am Heart J. 2013 Jul.
BECKER, D.J. et al. Red yeast rice for dyslipidemia in statin-intolerant patients: a randomized trial. Ann Intern Med. 2009 Jun.HALBERT, S.C. et al. Tolerability of red yeast rice (2,400 mg twice daily) versus pravastatin (20 mg twice daily) in patients with previous statin intolerance. Am J Cardiol. 2010 Jan.
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