Ingrediente favorito no México, na culinária picante do Sudeste Asiático (e em muitos pratos da culinária brasileira), o coentro pode ser uma nova maneira de baixo custo de purificação de água potável. Isso é o que foi apresentado no último Encontro da American Chemical Society (Sociedade Americana de Química). O Encontro, que ocorreu de 6 a 11 de setembro de 2013, em Indianapolis, Indiana, Estados Unidos, incluiu a apresentação de quase 7.000 relatórios sobre as novas descobertas da ciência e outros temas. A pesquisa, que ainda não foi publicada, realizada por alunos de graduação de uma faculdade comunitária da Universidad Politécnica de Francisco I. Madero, em Hidalgo, no México, e coordenada pelo Químico Douglas Schauer, Ph.D., mostrou que o coentro pode ser um eficaz "biossorvente" que remove chumbo e outros metais tóxicos contaminantes da água. Segundo o coordenador da pesquisa, o coentro pode parecer muito caro para uso na descontaminação de grandes quantidades de água para beber e cozinhar. No entanto, o coentro cresce selvagem em grandes quantidades em países que têm problemas com a poluição da água por metais tóxicos. Além de ser facilmente disponível e barato, o coentro promete remover certos metais, como chumbo, cobre e mercúrio, que podem ser prejudiciais à saúde humana.
Os métodos convencionais para a remoção de metais tóxicos da água, tais como o tratamento com carbono ativado (utilizado em filtros de purificação domésticos) ou a tecnologia mais avançada, como resinas de troca de íons são muito eficazes. No entanto, eles podem ser muito caros para uso em países em desenvolvimento, especialmente em áreas rurais. A necessidade de baixo custo e alternativas sustentáveis têm fomentado a pesquisa sobre "biossorventes". Segundo o coordenador da pesquisa, a idéia é: "Quando o filtro de purificação de água doméstico precisa ser mudado, as pessoas poderiam ir para fora de suas casas, em seus quintais, reunir um punhado de coentro ou alguma outra planta, e pronto, está pronta uma nova forma de purificar a água." E as experiências em pequena escala sugerem que o coentro pode ser mais eficaz do que o carvão ativado na remoção de metais tóxicos, como o chumbo.
O segredo do coentro pode estar na estrutura das paredes exteriores das células microscópicas que compõem a planta. Eles têm uma arquitetura ideal para a absorção de metais tóxicos. Outras plantas, incluindo os primos do coentro, salsa e culantro (uma espécie de chicória), têm características semelhantes e poderiam funcionar como biossorventes. O coordenador da pesquisa, acrescentou que biossorventes como o coentro poderiam ser embalados em saquinhos de chá, como pacotes, e utilizados na remoção dos metais tóxicos.
Referência:
AMERICAN CHEMICAL SOCIETY. 246th National Meeting & Exposition of the American Chemical Society. Indianapolis, Sept. 12, 2013.Referência:
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